Deus pode ou não voltar atrás duma decisão predestinada, predeterminada por ele a alguém especificamente?
Na mente errada dos calvinistas isso é improvável, quando defendem a predestinação absoluta. visto que, esta corrente defende que Deus predestinou indivíduos, incondicionalmente. Uns para serem salvos, outros para serem condenados; não dependendo do homem a escolha do seu destino final. Mas, vamos chamar como testemunhas três episódios na bíblia, que provam que o Pai celestial pode, sim, voltar atrás duma decisão antes determinada. E, a isso, a própria Escritura Sagrada nos respalda:
"Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato" [Deuteronômio 19:15].
Pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato. Então quero invocar três episódios como testemunhas para estabelecer o fato de que Deus pode voltar atrás duma decisão antes determinada por ele. O primeiro ocorreu durante a peregrinação dos hebreus no deserto. O segundo, na antiga capital da Assíria, Nínive. O terceiro durante a história dos reis de Israel. Vamos ler:
Êxodo 32
9. Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz.
10. Agora, pois, deixa-me, para que o meu furor se acenda contra ele, e o consuma; e eu farei de ti uma grande nação.
11. Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus e disse: O SENHOR, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão?
14. Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.
Preste atenção a declaração: "o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer". Deus aqui voltou atrás ou não duma decisão antes determinada? É claro que voltou. O mesmo aconteceu ao ninivitas, quando deram ouvidos a pregação de Jonas. O que estava determinado para eles era o juízo de Deus, mas Deus voltou atrás da sentença. Graças a escolha pessoal de cada um deles:
"E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez" [Jonas 3:10].
Isso revela que o destino final de cada pessoa é sentenciado por Deus com base nas atitudes e escolhas de cada uma delas. Sendo assim a predestinação bíblica é a predestinação de dois grupos: justos e injustos. Enquanto o homem for justo estará predestinado a vida eterna. Mas, se suas escolhas mudarem, ele pode passar a pertencer ao grupo dos que estão predestinados a condenação. Assim sendo, Deus pode voltar atrás duma decisão antes determinada para esta ou aquela pessoa, enquanto esta ou aquela pessoa pertencer a um destes dois grupos. Os calvinistas só lêem a bíblia de acordo com a posição cegamente adotada por eles. Por isso não conseguem enxergar que "Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez". Se o ninivitas permanecessem na postura maligna deles, já havia sido determinado o mal sobre eles; consequentemente a condenação eterna. Como eles, por decisão própria, "se converteram do seu mau caminho", também "Deus se arrependeu do mal que... lhes faria, e não o fez". A sentença divina será a retribuição da escolha humana. Vamos chamar nossa terceira testemunha para estabelecer o fato: a história do rei Manassés:
2 Crônicas 33
10. E falou o SENHOR a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos.
11. Assim o SENHOR trouxe sobre eles os capitães do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés com ganchos e, amarrando-o com cadeias, o levaram para babilônia.
12. E ele, angustiado, orou deveras ao SENHOR seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais;
13. E fez-lhe oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e tornou a trazê-lo a Jerusalém, ao seu reino. Então conheceu Manassés que o SENHOR era Deus.
"Deus se aplacou para com" Manassés.
Você tem noção de quem foi esse homem, para que Deus voltasse atrás da sentença que estava determinada para ele?
Veja como as Escrituras descrevem o quanto Manassés era mau:
"Manassés... E fez o que era mau aos olhos do SENHOR..." (2Rs 21:1-2);
"levantou altares a Baal" (2Rs 21:3);
"Também edificou altares a todo o exército dos céus em ambos os átrios da casa do SENHOR" (2Rs 21:5);
"E até fez passar a seu filho pelo fogo, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro e ordenou adivinhos e feiticeiros..." (2Rs 21:6);
"Manassés de tal modo os fez errar, que fizeram pior do que as nações..." (2Rs 21:9);
Manassés, rei de Judá, fez estas abominações, fazendo pior do que tudo quanto fizeram os amorreus..." (2Rs 21:11);
"...Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu a Jerusalém de um ao outro extremo, afora o seu pecado, com que fez Judá pecar..." (2Rs 21:16).
Agora não subestime sua inteligência, se Manassés morre na condição de todos os pecados descritos no livro dos reis de Israel, ao o que estaria ele predestinado?
Ele estaria predestinado a condenação eterna. Ao mudar sua atitude em relação para com Deus, ao passar a respeitá-lo, e, também, a sua lei, a justiça de Deus foi satisfeita. "Deus se aplacou para com ele". Agora, outra será sua sorte no final. Portanto, predestinação absoluta? Só no cérebro de minhoca dos teólogos calvinistas. Existe, sim, a predestinação bíblica. E esta, se trata da predestinação de dois grupos. Deus é aquele que lança no inferno:
"Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei" [Lucas 12:5].
Agora, ele lança quem ele quer no inferno? Ele que escolhe quem vai lançar no inferno? Ele que predestina quem quer para o inferno? Não! Então quem é que ele lança no inferno? Todos aqueles que morrem fazendo parte de um grupo específico: os ímpios.
"Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus" [Salmos 9:17];
"Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" [Salmos 1:6].
Os ímpios estão predestinados ao inferno, enquanto são ímpios. Mudada a escolha, alterado o estilo de vida, deixado de ser ímpio, a predestinação passa a ser outra. Para provar:
Ezequiel 33
11. Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?
12. Tu, pois, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão; e quanto à impiedade do ímpio, não cairá por ela, no dia em que se converter da sua impiedade; nem o justo poderá viver pela sua justiça no dia em que pecar.
13. Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar a iniqüidade, não virão à memória todas as suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá.
14. Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça,
15. Restituindo esse ímpio o penhor, indenizando o que furtou, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.
16. De todos os seus pecados que cometeu não se terá memória contra ele; juízo e justiça fez, certamente viverá.
"Não tenho prazer na morte do ímpio", diz o Senhor. Mas (tenho prazer) "em que o ímpio se converta do seu mau caminho, e viva". Por isso "quanto à impiedade do ímpio, não cairá por ela, no dia em que se converter da sua impiedade". Quanto ao justo "confiando na sua justiça, praticar a iniqüidade, não virão à memória todas as suas justiças". Assim sendo o ímpio "se ele se converter do seu pecado, e praticar juízo e justiça... andando nos estatutos da vida... certamente viverá, não morrerá... juízo e justiça fez, certamente viverá". É muito claro! Sustentar a predestinação absoluta de cada pessoa especificamente é contrariar um contexto amplíssimo das Escrituras Sagradas. Vamos aos pontos que eles passam por cima para defender esta idéia errada:
1. Dizer que Deus é o responsável pela condenação de quem ele quer, significa culpá-lo do sangue dos condenados.
Quando um juiz condena alguém por um crime praticado, quem é o culpado da condenação? O criminoso é o culpado. O juiz apenas executa a justiça, retribuindo ao réu o previsto pela lei. Aquilo que a lei prevê como punição justa é o que o juiz determinará sobre o réu, sendo o réu o único culpado da sentença. Nem mesmo o pregador fiel a pregação da verdade poderá ser considerado culpado do sangue dos condenados:
Atos 18
5. E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.
6. Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios.
Paulo era um fiel pregador da verdade "testificando aos judeus que Jesus era o Cristo". Mas, havia aqueles que respondiam sua pregação "resistindo e blasfemando", por escolha pessoal e humana. Sobre a cabeça de quem este sangue deveria cair? Sobre a cabeça deles mesmos! Sangue sobre a própria cabeça é uma linguagem para sentença como retribuição de culpa por escolha pessoal. Significa que eles "resistindo e blasfemando" do caminho da verdade se fazem indignos para a vida eterna:
"Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios" [Atos 13:46].
Assim sendo não é Deus quem escolhe a pessoa que quer condenar. É a pessoa a própria culpada de ser privada da vida, por escolha humana e pessoal: "visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna". Portanto, enquanto o homem não crer, aprender, aceitar e seguir o caminho de Deus, apresentado em sua palavra, antes viver entregue aos mais diversos pecado, a espada de Deus estará contra ele. Mas se ele se converter do seu mau caminho, então será absolvido da culpa, porque Deus é um justo juiz e o sangue do condenado não está sobre sua cabeça. O que está sobre o controle Deus é a execução da sua justiça:
Salmos 7
10. O meu escudo é de Deus, que salva os retos de coração.
11. Deus é juiz justo, um Deus que se ira todos os dias.
12. Se o homem não se converter, Deus afiará a sua espada; já tem armado o seu arco, e está aparelhado.
2. Dizer que Deus predestina quem ele quer contraria o ensinamento claro da Escritura, que prova existir a possibilidade do homem se desviar.
3. Afirmar a predestinação absoluta é contrariar o fato de que Deus não faz acepção pessoas.
4. Defender a predestinação absoluta é reduzir o ser humano a um autômato.
5. A crença da predestinação absoluta atropela a doutrina do julgamento final.
6. Defender a idéia de que Deus condena e salva quem ele quer é contra a doutrina da vontade dele.
7. Predestinação absoluta é contra a doutrina do amor de Deus.
8. Predestinação absoluta é contra a salvação pela fé.
Na próxima postagem sobre o assunto discutirei os outros pontos, se Deus quiser.
Irmão Anderson Veloso.
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Veja também:
Salvação sem merecimento. Parte 1:
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Salvaçaparelhaerecimento. Parte 2:
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Salvação sem merecimento. Parte 4:
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