Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder? [Jó 26:14].
Quão pouco é que temos ouvido dele! O patriarca Jó foi quem fez esta declaração. Para provar:
"Jó, porém, respondeu, dizendo" [Jó 26:1].
O que se segue a este versiculo é a declaração do versículo quatorze. Ele diz: "quão pouco é o que temos ouvido dele". Dele, para Jó, refere-se à Deus, Nosso Pai, o Criador. Jó admite que em seus dias de vida se tinha ouvido falar pouco de Deus. E isso por dois motivos. Primeiro, porque a maioria das coisas registradas na história da bíblia ainda não haviam ocorrido. Segundo, porque a velocidade das informações era muita lenta. É muito provável que a escrita como a conhecemos hoje, ou seja, em forma de códice, ainda não existia. Não havia também os recursos científicos, arqueológicos e históricos que temos no mundo de hoje.
1. Coisas que Deus já havia realizado nos dias de Jó.
Deus já havia realizado algumas obras antes dos dias de Jó. Por exemplo, a criação dos céus e da terra já havia se completado:
Gênesis 2
1. Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.
4. Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus.
Isso ocorreu milhares de anos atrás do tempo de Jó. Os olhos de Jó poderiam ver algumas destas obras. Ele podia ver o pôr-do-sol, o mundo exótico dos animais, as paisagens naturais, etc. Nas discussões com seus amigos eles falam sobre estas coisas.
Elifaz fala sobre leões:
"O rugido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebram" [Jó 4:10].
Jó fala sobre os mares e sua areia:
"Porque, na verdade, mais pesada seria, do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido engolidas" [Jó 6:3].
Bildade fala sobre a vegetação:
"Quando ainda está em flor e nem mesmo foi colhido, seca-se mais depressa do que qualquer tipo de erva [Jó 8:12 KJV].
Estas coisas mencionadas à cima são obras de Deus, as quais Jó e seus amigos podiam contemplar com os olhos e meditar com a mente. Contudo, mesmo com estas obras disponíveis aos olhares prescrutadores Jó afirma: "quão pouco é que temos ouvido dele"!
2. Coisas que Deus não havia ainda realizado.
A criação estava realizada. Os céus, físicos e espirituais, os anjos, a terra, o mar, os homens, os animais, tudo já havia sido criado. Contudo, muitas coisas que hoje sabemos Deus ter feito, não haviam acontecido nos dias de Jó; o que facilitava o pouco conhecimento que tinha a cerca de Deus. Nos dias de Jó não existiam as Escrituras Sagradas. Os livros de Moisés não estavam compilados. Os profetas de Israel ainda não existiam, nem as histórias extraordinárias que vivenciaram. O mar vermelho não tinha sido aberto. Nem as pragas do Egito ocorrido. As muralhas de Jericó ainda não tinham caído, sequer existiam no tempo de Jó. O milagre do livramento dos amigos de Daniel de dentro da fornalha só aconteceria muitos séculos depois. Todos os milagres registrados nas Escrituras Sagradas que, ocorreram com os profetas, com Nosso Senhor Jesus Cristo e com os apóstolos se deram postumamente ao tempo do patriarca Jó. Por isso Ele pode dizer: "quão pouco é que temos ouvido dele".
3. Que tipo de conhecimento de Deus Jó tinha?
Era o conhecimento transmitido dos ancestrais as gerações póstumas; era a tradição oral. Foi assim com Noé:
"Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR" [Gênesis 6:8].
Como Noé achou graça aos olhos do Senhor? Servindo a Deus. Mas não havia lei escrita para que ele conhecesse a Deus e o servisse. A chave para esta compreensão está na linhagem de Noé, uma linhagem de homens tementes a Deus. Noé era bisneto do homem que andou com Deus, Enoque. Ele era filho de Lameque, neto de Matusalém e bisneto de Enoque. Parte do conhecimento dele veio por tradição oral, recebido de seus ancestrais, que eram homens tementes a Deus e que tinha experiência viva com ele. As Escrituras Sagradas descrevem em outras palavras esta tradição oral:
"Mas Gideão lhe respondeu: Ai, Senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém agora o SENHOR nos desamparou, e nos deu nas mãos dos midianitas" [Juízes 6:13].
Maravilhas que nossos pais nos contaram. Eram obras de Deus vivenciada pelos ancestrais e transmitidas, oralmente, aos descendentes. Desta forma era a maneira como Jó a maior parte de sua vida conhecia a Deus. Era um conhecimento de ouvir falar:
"Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos" [Jó 42:5].
Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi. Por isso é que Jó garante: "quão pouco é que temos ouvido dele". Milhares de anos se passaram de Jó até os nossos dias. Muitas coisas Deus fez de lá para cá. E, ainda assim a maioria das pessoas têem ouvido e conhecido muito pouco a cerca de Deus. Até mesmo nos lugares onde se diz estar o adorando, servindo e buscando, as pessoas têem ouvido falar pouco dele. Compare Jó com os falsos pastores e falsos cristãos das falsas igrejas. A diferença é gritante! Ao contrário deles Jó, verdadeiramente, servia a Deus. De que maneira? Se preocupando com o bem estar da alma de sua família (Jó 1:5), adorando a Deus (Jó 1:21) e fazendo bem ao próximo (Jó 4:4). E como se isso fosse pouco, o próprio Deus e o próprio Satanás reconhecem a integridade de Jó (Jó 1:8-10; 2:3). Mesmo um homem como ele conhecia pouco, ouviu pouco e sabia pouco a cerca de Deus. Quanto menos ainda sabem aqueles que superlotam as falsas igrejas! E como poderiam saber se o espírito que receberam é outro, e não o mesmo que os santos do passado receberam?
4. É mandamento de Deus conhecê-lo.
Tendo em mente as considerações à cima mencionadas devemos entender que é mandamento de Deus conhecê-lo:
"Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" [Oséias 6:3].
"Conheçamos", diz o profeta. É mandamento de Deus conhecê-lo. E isto não é impossível. Do contrário, não nos teria mandado. E porque nos manda conhecê-lo? Porque de conhecê-lo depende a salvação de nossas almas:
"E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" [João 17:3].
Esta é a vida eterna, afirma o apóstolo João, "que te conheçam", e que conheçam também "a Jesus Cristo, a quem enviaste". "Que te conheçam" é muito claro. Disso depende a obtenção da vida eterna. Por isso o maior orgulho para um homem não pode estar em sua sabedoria, riqueza e força próprias. Mas, sim, em obedecer este mandamento e conhecer aquele que o mandou:
Jeremias 9
23. Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas,
24. Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.
5. De que maneira podemos conhecer a Deus?
É perfeitamente possível entender e conhecer o Criador, pois ele mesmo diz que o homem deve se gloriar com isso:
"Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR" [Jeremias 9:24].
Em me entender e me conhecer. De acordo com Deus isso é perfeitamente possível. Além disso, a profecia da bíblia fala de um tempo em que o conhecimento de Deus aumentaria muito:
"Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar" [Isaías 11:9].
Até certo ponto está claro que é possível "entender" e "conhecer" ao Criador, pois "a terra se encherá do conhecimento do Senhor". Mas, como isso é possível? Existem alguns caminhos para obtenção deste conhecimento...
Continua, se Deus assim o permitir.
Irmão Anderson Veloso.
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